Liberdade e Transporte

Mobilidade sustentável para a Goiânia do futuro

Qual Goiânia que queremos para futuras gerações? Qual legado nossa geração irá deixar? Precisamos urgentemente pensar na mobilidade, pois devido à dependência em relação ao carro, nossa capital vem tendo a atividade de ir e vir se inviabilizando e com isso perdendo em competitividade e na criação de riqueza e em breve deixará de atrair novas empresas e pessoas.

Uma das formas mais sustentáveis na busca da mobilidade é por meio da chamada “aliança verde” entre o transporte público, o pedestre e a bicicleta. Para tanto, é de suma importância alterar os hábitos das pessoas, ou seja, fornecer uma gama de opções de mobilidade que não são apenas convenientes para a cidade, mas que também estimulem um novo estilo de vida da sociedade. Isto requer uma revisão abrangente do portfólio de serviços e sua forma de comercialização. Isto é, independente do modo (ônibus, VLT, bicicleta, estacionamento ou táxi) devemos integrar através de um único meio de acesso. Só assim os cidadãos se tornarão clientes.

Mas essa ideia não deve ser encarada somente como um mantra ou uma simples propaganda. É necessária uma análise estratégica do serviço, isto é, definição do serviço e das necessidades do cliente, o planejamento integrado, o financiamento e sua execução.

O serviço ofertado deve ser de qualidade, orientado as necessidades do cliente e com gestão profissional (enraizada desde a gestão pública até o motorista, o que exige uma mudança cultural profunda).

Os modelos organizacionais e financeiros serão fundamentais para essa transformação. O sistema de mobilidade urbana tem de encontrar um modelo de financiamento socialmente justo, sustentável e menos dependente de recursos tarifários cada vez mais escassos. Devemos sempre pensar na capacidade da mobilidade urbana de gerar um volume de negócios mais sustentável através de receitas complementares a da tarifa do transporte.

Vale ressaltar que a mobilidade sustentável, através do sistema de transporte, deve oferecer tarifas módicas uma vez que possibilita o acesso à educação, emprego e saúde. Assim, um modelo tarifário de menor custo ao usuário necessita do financiamento social, isto é, todos os beneficiários da mobilidade urbana, sejam eles diretos ou indiretos, devem pagar por estes benefícios: não só o usuário que utiliza, mas também a comunidade empresarial, setores imobiliários e os geradores de externalidades negativas (usuários de automóveis, por exemplo).

Finalmente, os aspectos regulatórios dessa transformação também merecem uma consideração cuidadosa. Nem todos os serviços ligados à mobilidade precisam ser considerados como obrigações de serviço público mas deverão ser complementares agregando assim mais opções e qualidades à disposição dos usuários, através da gestão inteligente do tráfego compartilhado entre público e privado.

Pensar o futuro de Goiânia significa repensar a forma de apropriação da cidade e integrar as atividades urbanas com a mobilidade. Isto está apenas começando! Embora muitas ideias inovadoras estão surgindo, como apontado no nosso artigo anterior. O desenho deste novo serviço ainda precisa ser forjado.

Todos nós devemos pensar acerca da mobilidade de Goiânia e suas soluções. Mobilidade Urbana sustentável já é artigo de primeira necessidade!