Eleições 2020, Liberdade, Liberdade e Estado

ELEIÇÕES 2020 – PRIMEIRO TURNO – REFLEXÕES DE UM CONSERVADOR LIBERAL

No último dia 15 de outubro tivemos a famosa “festa da democracia” na qual a população sai de casa para escolher seus novos “representantes” e governantes. Mas cá entre nós votar é ser feito de bobo e estamos sempre escolhendo entre os menos piores ou brincando de Don Quixote para salvar nossa pele dos “comunistas”. Portanto, podemos afirmar que o ato de votar é imoral. Mesmo em situações, na qual exista um candidato que realmente mereça mobilização, votar ainda é uma grande falácia. O fato de que um grupo de indivíduos (“maioria simples”) pode determinar um resultado que afeta adversamente a verdadeira maioria (derrotados, votas brancos, nulos e as abstenções) é contra todo e qualquer raciocino de proporcionalidade.

Leiam com atenção as citações a seguir e com honestidade reflita sobre as que estão mais próximas da verdade:

“O voto é o instrumento mais poderoso já inventado pelo homem para acabar com a injustiça e destruir os terríveis muros que prendem os homens porque são diferentes dos outros homens.”  Lyndon B. Johnson (ex presidente dos EUA)

“Votar é o direito mais precioso de todo cidadão e temos a obrigação moral de garantir a integridade do nosso processo de votação.” Hillary Clinton (candidata derrotada para presidente dos EUA)

“Considero o voto o direito mais sagrado dos homens e mulheres livres.”  Ronald Reagan (ex presidente dos EUA)

“Os direitos individuais não estão sujeitos a votação pública; uma maioria não tem o direito de retirar os direitos de uma minoria; a função política dos direitos é precisamente proteger as minorias da opressão das maiorias (e a menor minoria na terra é o indivíduo).”  Ayn Rand (criadora do Objetivismo)

“Qual foi o burro que inventou a doutrina de que o sufrágio é uma grande bênção e o voto um privilégio nobre?”  H. L. Mencken (jornalista e crítico social americano)

“Um homem não é menos um escravo porque tem permissão para escolher um novo mestre uma vez a cada ano”. Lysander Spooner (filósofo político)

Um problema evidente das eleições é que todas têm vencedores (minoria) e perdedores (maioria), mas a verdade é que em todas as eleições, os políticos sempre vencem e os indivíduos são os derrotados. Lembrando que as eleições são sempre um jogo fraudado, pois na melhor das hipóteses a fraude ocorre como um estelionato eleitoral (promessas impossíveis).

Democracia é uma farsa

A democracia é um método de agregação de preferências individuais acerca de diversas questões que afetam o conjunto do coletivo.  Mais: tais preferências individuais são ponderadas de maneira igualitária (motivo pelo qual tendem a prevalecer regras de decisão majoritárias, isto é, a maioria simples vence).

O insumo de toda democracia é simplesmente a “preferência eleitoral de cada indivíduo” (ou seja, os votos). Com efeito, há razões de sobra para crer que uma pessoa se equivoca com muito mais facilidade ao votar do que ao tomar decisões sobre sua vida privada. Isso é conhecido como o fenômeno da ignorância racional dos eleitores, fenômeno esse que tende a ser intensificado à medida que o voto de um jovem analfabeto tem absolutamente o mesmo peso que o voto de um professor doutor.

E, por ser um método de agregação de preferências individuais, pode-se argumentar que os erros aleatórios de alguns indivíduos seriam cancelados pelos erros aleatórios de outros indivíduos, gerando como resultado um acerto agregado. No entanto, sabemos da existência de vários preconceitos: por exemplo, e somente em matéria de economia, dispomos de fortes evidências de que os eleitores padecem de um viés antimercado, pró-emprego público, viés anti – lucro, e de um viés assistencialista estatal. Por tudo isso, a agregação de preferências individuais sistematicamente enviesadas gerará decisões coletivas enviesadas.  Tal é o fenômeno da irracionalidade do eleitor.

Em suma, as decisões democráticas podem se equivocar por falta de informação dos eleitores, pelo viés preconceituoso deles, pela arbitrariedade do método de agregação e por uma inadequada teoria ética subjacente.

Outro ponto interessante é o fato que todo monopólio é ruim do ponto de vista dos consumidores. Portanto, monopólio, em seu sentido clássico, é entendido como um privilégio exclusivo outorgado a um único produtor de um bem ou serviço — isto é, a ausência de livre entrada em uma linha específica de produção. Sabemos que no nosso sistema eleitoral é vedada a entrada de candidatos sem partido (candidatura avulsa), além da existência de uma série de barreiras para formação de um partido político (exemplo foi o insucesso do presidente em criar seu partido para disputar as eleições de 2020) e por último o poder econômico causado pelo Fundo Eleitoral e Fundo Partidário que favorecem os grandes partidos e os velhos caciques.

O 1º turno das eleições 2020

Estamos vivenciando uma eleição atípica na qual tivemos pouco tempo de campanha, censura digital para conteúdo dito de “direita”, abstenção recorde (fruto do medo em relação a pandemia) e pior, uma imprensa expressamente tendenciosa e produtora de FAKE NEWS contra conservadores.

O resultado das eleições municipais deste ano ainda não foi completamente consolidado, mas já é possível perceber parte dos aspectos mais relevantes da disputa eleitoral. Entre eles: o avanço de partidos de centro “remodelados”, abstenção recorde, recuo de partidos de esquerda, atrofia do PT, surgimento de jovens lideranças e, por fim, a capacidade limitada do presidente Jair Bolsonaro de transferir votos que se deve principalmente pelo fracasso na criação do partido Aliança.

Considerando os resultados de 97% dos 5.570 municípios brasileiros em 2020, PSD, DEM, PP, PSL, Avante, Solidariedade, PSC, Patriota e Republicanos já ampliaram sua base de prefeitos em relação a 2016. No mesmo espectro político, PMDB e PSDB foram os principais derrotados.

Mesmo com a desfiliação de Bolsonaro, o PSL triplicou de tamanho em quatro anos, de 30 para 90 prefeituras até agora. Mas nenhuma delas tem mais de 200 mil habitantes. Isto se deve ao aumento absurdo do Fundo Partidário e Eleitoral. Já a sigla reconhecida como “bolsonarista” Avante passou de 15 para 80 (aumento de 433%), também em cidades pequenas. O Republicanos que também surfa na onda conservadora dobrou, de 104 para 208. Já o DEM, que voltou a ter relevância graças ao apoio ao presidente e o comando do Congresso Federal, cresceu 72%, de 265 para 465. Já o Patriota (com viés nacionalista) cresceu 45%. Então percebemos que mesmo indiretamente o movimento iniciado em 2018 gerou frutos em 2020 mas com um grave ponto: ainda não conseguimos formar os pilares conceituais para direita liberal conservadora; e o pior, durante as eleições foram vistos muito “embates” entre os liberais conservadores e os “surfistas bolsonaristas”. Em Goiânia tivemos o exemplo claro no confronte do deputado federal Vitor Hugo com o youtuber Gustavo Gayer (candidato a prefeito pelo DC).

Por outro lado, o PSDB caiu 35% até agora. O MDB, líder de 2016 com 1.028 prefeituras, recuou 25%. Boa parte desses partidos que cresceram em 2020 fazem parte do chamado “centrão”, termo usado para referir-se a partidos conservadores sem orientação ideológica clara, que costumam buscar proximidade com o Executivo em troca de cargos e outras benesses.

Já os partidos que orbitam o espectro político que parte do centro em direção à esquerda, os quatro principais perderam terreno até agora: PSB, PDT, PT e PCdoB. Com a pequena exceção foi vinda do PSOL. O PT, que em 2012 elegeu mais de 600 prefeitos, desta vez não deve passar de 200. Outro grande derrotado foi o PSB. O partido elegeu pouco mais de 400 prefeitos em 2016, mas neste ano chega a 249 até agora, uma queda de 40%. Por outro lado, o campo da esquerda registrou bons resultados eleitorais com novas lideranças políticas, isto pode ser explicado pelo atrofiamento do PT devido a insistência nas bandeiras “Lula Livre”, “Foi golpe” e anti – Lavajato.

Conclusão

Ficou claro que a esquerda usou o medo (pandemia e Fake News) como antidoto em relação as ferramentas adotadas pela campanha de Bolsonaro. Outro detalhe: a direita “antibolsonarista” representada pelo MBL na candidatura do deputdo estadual Arthur do Val em SP. O MBL domina a tecnologia do marketing digital e seu candidato engajou a juventude de classe média com o discurso de candidato antissistema. Já os bolsonaristas de forma envergonhada apoiaram e afundaram junto com Russomanno.

Lembrando que o fracasso na eleição municipal em 2020 não significa derrota certa na eleição de 2022. Como a história demonstrou com FHC que perdeu as eleições de 1996 e se reelegeu em 1998 e o Lula que perdeu a eleição de 2004 e se reelegeu em 2006.

Então urge a necessidade de melhor organização da direita liberal e conservadora para 2022 sabendo que o toda eleição é uma fraude e se não jogar usando as regras do jogos iremos morrer abraçados com as nossas ideologias.

“A diferença entre uma democracia e uma ditadura é que em uma democracia você vota primeiro e recebe as ordens depois; em uma ditadura, você não precisa perder seu tempo votando.”

Charles Bukowski (poeta, contista e romancista americano)

Referências

https://rothbardbrasil.com/votar-e-burrice/

https://www.mises.org.br/article/2464/a-razao-e-a-logica-explicam-a-democracia-e-um-arranjo-propicio-a-gerar-resultados-desastrosos

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=768

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54967867