Liberdade e Transporte

O fim do UBER no Brasil está próximo

Nos últimos dois anos a principal discussão acerca da mobilidade foi centrada na plataforma tecnológica do UBER que tinha como objetivo conectar pessoas com interesse de se deslocarem com outro grupo de pessoas com disponibilidade para atender estas necessidades.

Ideia simples e brilhante, mas que no Brasil enfrenta várias barreiras, dentre elas podemos destacar:

  • Temos uma das economias mais rígidas do planeta baseada em concessões e agências reguladoras. Sendo assim, tudo precisa do “carimbo oficial” para poder funcionar.
  • A nossa sociedade crê que realmente precisamos da intervenção do Estado para nos proteger. Pois, isto nos tira a responsabilidade e no Estado encontramos o álibi perfeito.
  • E o Estado por sua vez usa a sua própria ineficiência que gera o aumento da injustiça e impunidade, para dar a sensação que precisamos de fiscalização constante por meio dos nefastos: blocos de multas e alvarás.
  • Acreditamos que o mercado precisa ser tutelado, pois por ser selvagem e que pensa somente nos seus interesses. Precisamos do Estado para exercer a nossa cidadania. Comisso, para o Estado, com exceção dos amigos do rei, somos todos criminosos, sonegadores, fraudadores.

Por isso, muitos no Brasil acreditam que ideias como o UBER devam ser proibidas. Pois para o Estado provedor, é melhor ter o monopólio da ineficiência, com o carimbo do burocrata e a chancela estatal do que inovações que facilitem a vida do cidadão comum e retira a lentidão estatal.

Mas apesar destes entraves, acredito que o fim do UBER está próximo devido a mentalidade dos motoristas. Mas será?

Para responder essa questão vale explicar brevemente sobre dois tipos de motoristas do UBER: O por necessidade: que resolveu assumir o desafio pois a situação em que se encontra acabou por levá-lo a isso. Outros se tornaram parte da UBER por ter detectado uma oportunidade na qual acreditavam ter sucesso. Desconfio que existem muito mais motoristas na primeira situação do que na segunda. Isto acontece pelo fato do brasileiro de forma geral ter sido criado para ser um assalariado. Pense, o que você preferiria: ser um empreendedor ou um funcionário público concursado, ou voltando para o tema do artigo, ser um motorista UBER ou detentor de uma concessão de táxi?

Outro ponto é imediatismo da situação. Como estamos passando pela pior crise econômica da história brasileira, os motoristas de UBER estão mais preocupados em como pagar suas contas do que fazer um planejamento de longo prazo visando buscar melhorias na forma na qual o serviço é prestado.

A meritocracia, pode ser considerada também como um elemento que corrobora a tese do que os próprios motoristas irão destruir o UBER, pois para obter resultados o segredo está no esforço individual.

Mas é aí que podemos observar a mais árdua das batalhas. Em nome do politicamente correto da “inclusão” e da “igualdade”, em detrimento do esforço e capacidade individual são tratadas como ações que prejudicam o coletivo.  Isto é, se um motorista UBER trabalhar 16 horas diárias, 6 vezes por semana, ele poderá estar prejudicando outros colegas além de se submeter a condições análogas ao trabalho escravo. Sendo assim, os outros que agem de forma mais “celetista” atacam os que mais se esforçam.

E com pesar que imagino um futuro sombrio ao UBER no Brasil, pois não será o Estado, o lobby dos taxistas ou outro grupo que irá destruir o aplicativo no país, mas sim os próprios motoristas. Pois, em breve, com a volta do emprego muitos irão abandonar o serviço para voltar a ser assalariados exercendo suas antigas funções. Outros recorrerão ao Estado para buscar “direitos” junto a multinacional e os poucos que ficarem, se caso algum ficar, serão esmagados pela força estatal.

Precisamos urgentemente estimular a busca pela excelência e a competição no Brasil, a começar pelo caso do UBER, procurar premiar os bons, os inovadores, estimular a luta por uma sociedade onde o esforço individual seja recompensado, e não que o culto à mediocridade e à inveja (como no caso dos taxistas) continuam estimulando o ódio entre as classes e as pessoas. Somente assim podemos colher no futuro os bons frutos e parar de continuar premiando os frutos ruins em nome do “coletivo”. E quem sabe soluções como UBER, e o empreendedorismo possam ser vistos cada vez mais no Brasil.

Recomendação

Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o estado? http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2104

Por que odeiam tanto a meritocracia no Brasil? https://www.institutoliberal.org.br/blog/por-que-odeiam-tanto-a-meritocracia-no-brasil/