Felizmente as previsões que fiz em abril e em setembro se demonstram incoerente, haja visto o crescimento da rejeição ao candidato Fernando Haddad nas últimas pesquisas. Tal situação pode ser facilmente entendida pela unificação da direita (entre conservadores apoiadores do Bolsonaro e os liberais apoiadores do Amoêdo, no qual me incluo) somado ao movimento de repulsa ao PT (que ficou claro no boicote que os brasileiros fizeram ao movimento #EleNão) estão levando ao país a eleger de forma inédita um presidente com ideologia, aparentemente, voltada para direita conservadora, vale ressaltar que desde da redemocratização estávamos vivendo o aumentando absurdo no tamanho e na intervenção estatal.
Para clarificar ainda mais este posicionamento será apresentado a seguir a estratificação da última pesquisa IBOPE para presidente (01.out.2018) feita durante o movimento #EleNão promovido pela esquerda Brasileira. Antes do resultado por segmentos, vamos aos números totais:
- Jair Bolsonaro (PSL): 32%
- Fernando Haddad (PT): 21%
- Ciro Gomes (PDT): 11%
- Geraldo Alckmin (PSDB): 9%
- Marina Silva (Rede): 4%
- João Amoêdo (Novo): 3%
- Henrique Meirelles (MDB): 2%
- Alvaro Dias (Podemos): 2%
- Cabo Daciolo (Patriota): 2%
- Guilherme Boulos (PSOL): 0%
- João Goulart Filho (PPL): 0%
- Eymael (DC): 0%
- Vera Lúcia (PSTU): 0%
- Em branco / nulo / nenhum: 8%
- Não sabe: 5%
Ou seja:
- Esquerda (Haddad, Alckimin, Ciro, Marina): 45%
- Direita (Bolsonaro, Amoêdo, Alvaro Dias, Cabo Daciolo, Meirelles): 41%
Na pesquisa anterior (28.set.18) a situação era da Esquerda com 50% e a Direita com 36%. O que mostrava claramente o apoio da sociedade ao pensamento esquerdista. Tal situação deve se consolidar até a eleição no dia 07.out.18 e se intensificar no segundo turno (se houver).
A seguir os dados serão apresentados na comparação direta entre o principal candidato da direita – Jair Bolsonaro (PSL) em relação ao principal candidato da esquerda – Fernando Haddad (PT):
- Sexo Feminino:
- Bolsonaro (PSL) – 27% (contra 21% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 20% (contra 22% da pesquisa anterior)
- Sexo Masculino:
- Bolsonaro (PSL) – 38% (contra 37% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 22% (contra 22% da pesquisa anterior)
- Idade: 16 a 24 anos
- Bolsonaro (PSL) – 32% (contra 28% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 19% (contra 25% da pesquisa anterior)
- Idade: 25 a 34 anos
- Bolsonaro (PSL) – 37% (contra 34% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 20% (contra 21% da pesquisa anterior)
- Idade: 35 a 44 anos
- Bolsonaro (PSL) – 31% (contra 27% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 21% (contra 24% da pesquisa anterior)
- Idade: 45 a 59 anos
- Bolsonaro (PSL) – 30% (contra 26% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 24% (contra 22% da pesquisa anterior)
- Idade: acima de 59 anos
- Bolsonaro (PSL) – 31% (contra 26% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 21% (contra 20% da pesquisa anterior)
- Escolaridade: Fundamental
- Bolsonaro (PSL) – 21% (contra 18% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 27% (contra 27% da pesquisa anterior)
- Escolaridade: Médio
- Bolsonaro (PSL) – 36% (contra 32% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 20% (contra 21% da pesquisa anterior)
- Escolaridade: Superior
- Bolsonaro (PSL) – 43% (contra 37% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 14% (contra 17% da pesquisa anterior)
- Renda Familiar: até 2 salários mínimos
- Bolsonaro (PSL) – 21% (contra 18% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 28% (contra 28% da pesquisa anterior)
- Renda Familiar: mais 2 até 5 salários mínimos
- Bolsonaro (PSL) – 39% (contra 34% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 18% (contra 19% da pesquisa anterior)
- Renda Familiar: mais 5 até 10 salários mínimos
- Bolsonaro (PSL) – 51% (contra 44% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 12% (contra 16% da pesquisa anterior)
- Renda Familiar: mais de 10 salários mínimos
- Bolsonaro (PSL) – 44% (contra 42% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 15% (contra 13% da pesquisa anterior)
- Religião: Evangélica
- Bolsonaro (PSL) – 40% (contra 36% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 15% (contra 12% da pesquisa anterior)
- Religião: Católica
- Bolsonaro (PSL) – 29% (contra 24% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 25% (contra 20% da pesquisa anterior)
- Religião: Espirita
- Bolsonaro (PSL) – 40% (contra 29% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 13% (contra 16% da pesquisa anterior)
- Religião: Outras
- Bolsonaro (PSL) – 15% (contra 20% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 24% (contra 22% da pesquisa anterior)
- Religião: Não acreditam em Deus
- Bolsonaro (PSL) – 16% (contra 20% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 28% (contra 17% da pesquisa anterior)
- Religião: Não tem religião/ Agnósticos
- Bolsonaro (PSL) – 25% (contra 23% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 22% (contra 15% da pesquisa anterior)
- Rejeição
- Bolsonaro (PSL) – 45% (contra 46% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 41% (contra 32% da pesquisa anterior)
- Simulação 2º Turno
- Bolsonaro (PSL) – 44% (contra 39% da pesquisa anterior)
- Haddad (PT) – 42% (contra 45% da pesquisa anterior)
Como pode ser percebido o crescimento da ideologia conservadora de direita cresceu em praticamente todos espectros apresentados (com exceção aos ateus e outras religiões). O que demonstrar a solidificação do pensamento.
Outro ponto importante é que aversão ao pensamento da esquerda e ao PT, tal situação pode ser observada no crescimento da rejeição ao candidato Fernando Haddad. Tal movimento pode provocar uma grande surpresa nas eleições do dia 07.out, que seria a ida do candidato do PDT, Ciro Gomes , ao segundo turno (ele possui 11% das intenções de voto e 22% de rejeição; e também venceria o Bolsonaro por 46% a 42%). Esta mudança pode ocorrer devido ao fenômeno do “voto útil”.
Pelo cenário atual os eleitores do PSDB e do voto útil no Ciro Gomes são os principais players desta eleição pois serão eles o pêndulo na balança entre a vitória da Direita no primeiro turno ou não. Para Bolsonaro continuar tendo a chance real de vencer, ele tem que cada vez mais olhar para o brasileiro médio e se consolidar como o agente capaz de mudar o país. Fica claro portanto que o principal foco desta eleição encontram-se mais nas questões relacionadas aos valores da sociedade do que nos problemas do Brasil.