No dia 15 de abril de 2018 foi publicado mais uma pesquisa de intenção dos votos com os pré-candidatos a presidência da república feita pelo Datafolha (4.194 entrevistas, entre os dias 11 e 13 de abril, em 227 municípios). A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. No cenário 1 (Se Lula for candidato e o MDB lançar Henrique Meirelles), temos o seguinte resultado:
Não sabe: 3%
Podemos também avaliar esta pesquisa dividindo os candidatos em: i) Esquerda (PSOL e PC do B); ii) Centro Esquerda – Social Democrata (PT, Rede; PSB; PSDB e PDT); iii) Centro (Podemos, MDB, PTC, PSC e PSD); iv) Centro Direita (PSL e DEM); v) Direita (PRB); vi) Liberal (Novo)
Fica claro portanto que o Brasil continua com inclinação a esquerda, apesar do fenômeno Bolsonaro o restante dos candidatos com reais chances possuem ideologia mais voltada para o social, coletivismo, populismo e demais ismos socialistas. E os dois candidatos que realmente possuem ideologia mais voltadas as liberdades individuais que são o Flávio Rocha (PRB) e João Amoêdo (NOVO) ainda estão inexpressíveis.
Sendo assim fica uma pergunta no ar: Não seria melhor a unificação das candidaturas do Rocha com o Amoêdo? O objetivo deste texto é refletirmos em qual seria a melhor estratégia. Vale a pena transcrever o primeiro parágrafo da reportagem da revista Veja (2013) e citado pelo Jornal Opção (2018):
“O espectro político brasileiro é peculiar: na ponta esquerda, tem o jurássico PCO. Passa por socialistas radicais, como o PSOL e o PSTU, pelos comunistas conformados do PPS, pelos social-democratas do PT e do PSDB, pela esquerda verde do PV e se encerra no centro, onde estão PP e DEM. Não há, entre os 27 partidos brasileiros, um que se assuma como direita. E o recente anúncio da criação do PSD, que se define como social-democrata, abre um buraco no DEM e empurra o eixo da política brasileira ainda mais para a esquerda”.
Infelizmente no Brasil, o conceito “direita e liberal” foi demonizado. Poucos são aqueles, sejam políticos quanto intelectuais, assumem ser de direita, preferindo se colocar em cima do muro e defender ao mesmo tempo ideias de esquerda, direita, estatista e liberais. E vivemos a falácia que a esquerda defende os direitos humanos, a direita defende os militares e os liberais defende a escravidão.
Neste início de disputa eleitoral temos alguns candidatos que estão visivelmente em cima do muro e com medo de ficarem “marcados” como fascista (apelido carinhoso dado pela esquerda aqueles que ousam a se definir como direita) e neoliberais (outro apelido sensacional criado pela esquerda aos socialistas fabianos como os tucanos), são os casos de Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB) e Rodrigo Maia (DEM).
Já João Amoêdo (NOVO) tem pregado a busca pela eficiência na gestão, lembrando que fora disso os cidadãos acabam dando mais poder para o Estado aumentar a carga tributária, porque o dinheiro que é entregue a ele não é suficiente para atender as necessidades. Ele defende que cada cidadão é o melhor gestor de sua vida e que o governo tem de atuar nas áreas essenciais, como educação (por meio de vouchers), saúde (também utilizando vouchers) e segurança.
É importante ressaltar que existe um formulador por trás de todas as ideias econômicas de Amoêdo, o economista Gustavo Franco e que o pré-candidato se auto afirma como Liberal, sem temer (sem trocadilhos) os preconceitos existes
Já Flávio Rocha prega também a necessidade de abrir a economia nacional (o Brasil é um dos 30 países mais hostis ao investimento). E afirmou que é candidato a presidente, para ser o guardião da competitividade. Rocha defende as quatro reformas que considera fundamentais: trabalhista, tributária, previdenciária e a do Estado. Como pré-candidato, Rocha recebeu o apoio do Movimento Brasil Livre (MBL) e em março, filiou-se ao PRB, o braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, para tentar a Presidência da República.
E esta aproximação com a igreja demonstra um posicionamento mais conservador de Rocha em relação a Amoêdo, fazendo com que o mesmo seja mais um candidato de “direita” do que “liberal” e portanto dificultando uma estratégia de unificação entre as duas candidaturas.
Mas esta separação não é ruim, pelo contrário, pode ser favorável pois temos em 2018 dois “palanques” defendendo a liberdade econômica e a diminuição do estado brasileiro. Mostrando também as diferenças existentes entre o pensamento liberal e conservador para os costumes, o que poderá abrir caminho para as eleições de 2022.
É válido alertar aos eleitores que existem 4 tipos de liberais, segundo o Instituto Liberal (2018):
Referências
Datafolha: Lula tem 31%, Bolsonaro 15% e Marina 10% das intenções de voto http://www.jb.com.br/pais/noticias/2018/04/15/datafolha-lula-tem-31-bolsonaro-15-e-marina-10-das-intencoes-de-voto/
Se o eleitorado se resumisse ao Fórum da Liberdade, João Amoêdo seria presidente do Brasil https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/politica/2018/04/se-o-eleitorado-se-resumisse-ao-forum-da-liberdade-joao-amoedo-seria-presidente-do-brasil/
Flavio Rocha diz que há vácuo de candidatura liberal https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/03/flavio-rocha-diz-que-ha-vacuo-de-candidatura-liberal.shtml
O que quer essa nova direita? https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/ponto-de-partida/o-que-quer-essa-nova-direita-121794/
Como conquistar votos sem um discurso populista? O liberalismo de Flávio Rocha https://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/como-conquistar-votos-sem-um-discurso-populista-o-liberalismo-de-flavio-rocha/
Como identificar os 4 tipos de liberais nas eleições de 2018 https://www.institutomillenium.org.br/artigos/como-identificar-os-4-tipos-de-liberais-nas-eleicoes-de-2018/