Liberdade e Estado

Flávio Rocha, dono da Riachuelo, será o próximo presidente do Brasil?

Com a desistência do apresentador Luciano Hulk na corrida para o Planalto um novo nome começou a ganhar forma como o outsider da vez: Flávio Rocha do da Riachuelo. O empresário é apontado como possível candidato à presidência da República pelo Movimento Brasil Livre (MBL).

Em 5 de março de 2017, Rocha liderou em Nova York o lançamento do movimento “Brasil 200”, que defende ideais liberais para a economia brasileira, critica o governo de Michel Temer (MDB) e dos seus antecessores petistas – Dilma Rousseff e Lula. No lançamento, o empresário criticou, sem falar nomes, os governos petistas, e especialmente, as gestões petistas e, especialmente, a candidatura de Lula: “não é possível que o líder das pesquisas no Brasil para presidente hoje seja não apenas o maior responsável pela crise como um criminoso condenado a 9 anos e meio de prisão em apenas um de inúmeros processos que responde. Que mensagem o país está passando para a classe política e para o mundo? Que aqui o crime compensa? Que o brasileiro aprova a roubalheira? Não é possível que a lição, a mais dura de todas, não tenha sido aprendida”. “Quero sugerir a todos vocês que chegou a hora de uma nova independência: é preciso tirar o estado das costas da sociedade, do cidadão, dos empreendedores, que estão sufocados e não aguentam mais seu peso. Chegou o momento da independência de cada um de nós das garras governamentais. Liberdade ou morte!”, disse ele no discurso.

Ele ainda afirmou que “o Brasil hoje não tem um governo, é o governo que tem um país que vive para sustentar sua gastança”. Segundo ele, o livre mercado não é apenas a melhor arma contra a pobreza, é a única. “Todos nós, em algum momento da vida, precisamos fazer uma escolha: ou estamos ao lado dos pobres ou da pobreza. Ou temos amor aos mais necessitados ou temos ódio aos ricos. São sentimentos incompatíveis. Se você é solidário ao pobres, faz tudo para que saiam da pobreza. E é o livre mercado que pode gerar oportunidades e riqueza para todos, especialmente os mais pobres. Quando vamos aprender esta que é a mais básica das lições da história?”

Sendo assim, diferente do apresentador global, Flávio Rocha tem um posicionamento político claro, ele já afirmou em entrevista ter ligações com a igreja Sara Nossa Terra, a qual costuma defender ideais conservadores que vão contra a temas como o casamento gay, aborto e  a o que chamam de “ideologia de gênero”. E na economia, o mesmo defende a redução do estado com propostas liberais.

O empresário afirmou em entrevista que o mercado quer um candidato de direita democrática e não de centro. O que pode ser percebido como um fortalecimento da candidatura do deputado Jair Bolsonario (mas que sabemos ter um discurso ainda vazio). Entretanto para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso um candidato que defenda apenas bandeiras do mercado vai perder as eleições para presidente da República. “O País não é composto de mercado só. Quem for o candidato de mercado vai perder (as eleições)”, disse FHC durante o primeiro evento da série ‘A Reconstrução do Brasil’ do Fórum Estadão, realizado em São Paulo.

Entretanto o mesmo sabe que para ganhar as eleições o “ economês conserta o País, mas é o discurso sobre os costumes que levará o candidato a ganhar a eleição presidencial deste ano”. Rocha, ainda lançou sua campanha para a presidência mas afirmou: “É muito feio uma pessoa ser convocada para uma missão nacional e se recusar por razões egoísticas, por causa de patrocínios”

Vale lembrar que o empresário e um ex-deputado federal Flávio Rocha, portanto não é um outsider “puro”, mas como abandonou a vida parlamentar há 23 anos e não é visto como uma grande cacique político pode ser classificado como um estranho no ninho. A volta do empresário ao noticiário político vem desde o processo que culminou no impeachment de Dilma Rousseff no qual foi voz ativa a ponto de ser considerado uma opção na eleição presidencial.

O posicionamento e engajamento do empresário ainda é visto com ceticismo no meio liberal. O articulista do Instituto Liberal, Roberto Rachewsky, escreveu um artigo bastante interessante, no qual questiona o ativista político de Rocha em defesa da livre iniciativa, da propriedade privada e do livre mercado, a diminuição do estado e a redução de sua interferência na economia e o mesmo ter tomado um empréstimo do governo na casa do 1,4 bilhão de reais.

Então, será o Flávio Rocha o elemento surpresa desta eleição? Ele será o Macron tupiniquim?

 

Referências

Flávio Rocha falta a evento da Riachuelo para se dedicar à política: http://www.valor.com.br/politica/5350089/flavio-rocha-falta-evento-da-riachuelo-para-se-dedicar-politica

“Liberdade ou morte!” Dono da Riachuelo lança manifesto político por presidente liberal: http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/7215379/liberdade-morte-dono-riachuelo-lanca-manifesto-politico-por-presidente-liberal

O financiamento do BNDES para a Riachuelo e o liberalismo de Flavio Rocha: https://www.institutoliberal.org.br/blog/economia/o-financiamento-do-bndes-para-a-riachuelo-e-o-liberalismo-de-flavio-rocha/

‘Quem for o candidato do mercado vai perder’, diz Fernando Henrique Cardoso: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,quem-for-candidato-do-mercado-vai-perder-diz-fhc,70002206032