Liberdade e Estado

A verdadeira Mais – Valia

O célebre conceito de mais-valia é um dos pilares centrais do pensamento marxista na qual trata a organização social pelo prisma do denominado “materialismo histórico”. Desta forma a concepção de “trabalho” é entendido como o processo pelo qual o ser humano utiliza-se de sua força para controlar e modificar a natureza, apropriando-se de seus recursos para produzir meios de satisfazer suas necessidades. Ao produto desse trabalho se refere como “valor de uso”. Isso quer dizer que o valor de uso de qualquer mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho utilizada em sua produção.

Portanto o conceito de mais-valia insere-se na relação entre o custo de produção da mercadoria, valor de uso, valor de troca e o valor do trabalho aplicado na produção. Na qual para o capitalista (dono dos meios de produção) possa obter lucro, o trabalhador é obrigado pelo seu contrato de trabalho a receber menos por mês do que a riqueza que ele gera. Essa produção que excede o necessário para o pagamento de seu salário é recolhida pelo capitalista, tornando-se o que Marx denominou de mais-valia.

Portanto a teoria da mais-valia “demonstraria” os conflitos entre classes. O chamado “materialismo histórico” pauta-se na relação de exploração entre trabalhador e capitalista, sendo a mais-valia vista, segundo Marx, como o principal fator responsável pela desigualdade em sociedades capitalistas.

Falhas conceituais no pensamento marxista em relação da mais-valia

A falha primordial da teoria de Marx é que ele não compreende o fenômeno da preferência temporal como uma categoria universal da ação humana. Uma vez que os capitalistas, ao adiantarem seu capital e sua poupança para todos os seus fatores de produção (pagando os salários da mão-de-obra e comprando maquinário), esperam ser remunerados pelo tempo de espera e pelo risco que assumem.  Por outro lado, os trabalhadores, ao receberem seu salário no presente, estão trocando a incerteza do futuro pelo conforto da certeza do presente.

Portanto o fato do trabalhador não receber o “valor total” da produção futura não tem nada a ver com exploração; simplesmente reflete o fato de que é impossível o homem trocar bens futuros por bens presentes sem que haja um desconto devido aos riscos inerentes da produção e transações.

Já a relação capitalista/trabalhador, não é de exploração, é apenas uma relação de troca entre as economias do capitalista e a força motriz dos trabalhadores.

Se a teoria de Marx foi refutada, qual seria a verdadeira mais-valia?

A verdadeira mais-valia é o pagamento de impostos no qual o Estado se apropria das riquezas sem ter nenhuma contrapartida, mas primeiramente vamos fazer uma reflexão, com base no texto Adolfo Sachsida.

Numa sociedade existem dois tipos de trocas: as voluntárias e as não-voluntárias. Trocas voluntárias são aquelas que os indivíduos aceitam livremente, tais trocas ocorrem por serem mutuamente vantajosas para todos os envolvidos e nenhum tipo de coação é necessária. Toda vez que você compra um sorvete, faz compras num supermercado, ou vai a um cinema, trocas voluntárias estão envolvidas. Por outro lado, trocas não-voluntárias são aquelas onde algum tipo de coação, ou sua ameaça, são necessárias para a efetivação da troca.

De maneira geral, existem dois grandes exemplos de trocas não-voluntárias: as impostas pelo governo e as impostas por outros agentes privados. O roubo é o exemplo mais óbvio de uma troca não-voluntária imposta por um particular a outro. Aqui não restam dúvidas, quando um particular obriga outro a algo mediante uso ou ameaça de força física isso é certamente ilegal e imoral. Isso decorre do fato de que você é privado de um bem que é seu única e exclusivamente para manter outro bem que também é seu. Por exemplo, quando um bandido rouba a carteira de sua vítima ele está pegando a carteira da vítima e em troca mantém a vítima viva. Isto é, ele poupa a vida da vítima (que já era dela) em troca de levar embora a carteira da vítima (que também era dela).

Portanto podemos usar o conceito de mais-valia na relação entre as riquezas criadas pelo mercado e os recursos arrecadados pelo Estado via impostos. Com isso, fica ressaltada a verdadeira luta de classes: de um lado os individuas que tentam produzir e gerar riquezas e do outro o Estado que fica com boa parte desta riqueza e ainda atrapalha o desenvolvimento dos individuas com base na regulação.

E é por isso que o Estado abraça com carinho as ideias da mais-valia proposto por Marx, pois ele passa a se colocar como um guardião dos mais fracos (consumidor, trabalhador, meio ambiente, minorias…) o que justifica o seu próprio processo de mais-valia

Mas vale ressaltar o pensamento de Ayn Rand que apresenta o fato que o Estado pode até mandar, mas de nada adianta se o homem se recusa a pensar, a entregar o fruto de seus pensamentos. Pois o regulador pode ameaçar, mas se não lhe entregar como algo é feito, e se pararmos de gerar as riquezas, os burocratas que só sabem criar regras, não tem condições de roubar o que está nas nossas mentes. E essa é a grande lição do pensamento de Ayn Rand.

Pensar é um ato subversivo e que depende da livre vontade, pois o Estado e toda a sua máquina de repreensão podem mandar, mas não podem criar, afinal eles não sabem o que ou como fazer, sendo assim nada surgirá. Então, é no campo das ideias onde se concentra a principal batalha e também o lugar no qual a mais-valia do Estado será aniquilada.

 

Referências

Conceito de mais-valia: http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/conceito-mais-valia.htm

A teoria marxista da exploração não faz nenhum sentido: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1856

Falácias marxistas: a teoria da mais valia e a exploração da classe trabalhadora https://www.institutoliberal.org.br/blog/falacias-marxistas-a-teoria-da-mais-valia-e-a-exploracao-da-classe-trabalhadora/

Será que imposto é roubo? https://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/sera-que-imposto-e-roubo/

Imposto é roubo, estado é quadrilha, e outras considerações: http://www.mises.org.br/BlogPost.aspx?id=1748

Imposto pago não é dinheiro roubado: https://www.cartacapital.com.br/politica/impostos-pago-nao-e-dinheiro-roubado

Por que imposto não é roubo: http://mercadopopular.org/2017/08/imposto-nao-e-roubo/

O que podemos aprender do empreendedorismo?  http://objetivismo.com.br/artigo/o-que-podemos-aprender-do-empreendedorismo

Revolta de Atlas – Ayn Rand